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domingo, 5 de junho de 2011

DENÚNCIA: PÁRA OBRAS RECURSOS MINISTÉRIO DO TURISMO DESVIADOS


Empresa pára obras e compromete mais de R$ 2 milhões no Sul do Piauí

Funcionários que trabalhavam para empresa ingressaram na Justiça alegando falta de pagamentos e abandono do canteiro de obras

Por André Pessoa
                                                                                                                                                                                                As obras de infra-estrutura turística paralisadas desde o final do ano passado na zona urbana do município de Coronel José Dias (550 km de Teresina), comprometem mais de 2 milhões de reais, grande parte desses recursos do Governo Federal, através do Ministério do Turismo. As obras se referem a construção de uma praça de eventos, urbanização da avenida Juscelino Kubitschek – a única avenida pavimentada do município - e a implantação de equipamentos turísticos. Os funcionários que trabalhavam para empresa Fênix, responsável pelas obras, ingressaram na Justiça do Trabalho alegando falta de pagamentos e abandono do canteiro de obras. Desde o final de 2010 que todas as obras estão paradas e o pouco que foi construído já apresenta danos, tanto de populares como da própria ação do tempo. Essa mesma empresa já tinha sido acusada de beneficiar a Engerpi no escândalo de desvio de recursos e de se tratar de uma empresa fantasma.
Existem denúncias de que a empresa Fênix, na verdade pertence a um sobrinho do ex-governador Welington Dias (PT), e ganhou as obras quando seu tio ainda era governador do Piauí. Alguns meses atrás o senador Wellington Dias em companhia do deputado federal Assis Carvalho, estiveram na cidade para ver as obras e garantiram que elas seriam reiniciadas o mais breve possível, o que não aconteceu até agora.
Na pequena cidade piauiense que fica na periferia do Parque Nacional Serra da Capivara, o sentimento é de indignação e revolta com o descaso público. Para o pedreiro Denílson Pereira Oliveira, de 30 anos e 3 filhos, que trabalhou na obra até novembro passado, até agora não deram baixa em sua carteira de trabalho nem fizeram os respectivos pagamentos e depósitos trabalhistas. “Fiquei sentido. A cidade não tem desenvolvimento e o atraso nos pagamentos deixou toda nossa família em dificuldades”, disse o funcionário da obra.
Para o pastor João Viera do Nacimento, 75 anos e 6 filhos, fizeram um projeto com 8 quiosques para uma cidade que não tem capacidade para isso. “Todos os moradores de Coronel José Dias por mais simples que sejam, sabem bem que isso é um absurdo, uma forma de desviar dinheiro público”, denuncia ele para fazer o seguinte questionamento: “quem vai ocupar esses prédios se não temos pessoal preparado para isso?”.
Para Jesus Nazaré Macêdo Oliveira, 40 anos e 3 filhos, que trabalhava na obra como vigia, já se passaram mais de 4 meses sem que seu salário seja pago. “Esses prédios só estão de pé porque estou aqui vigiando mesmo sem receber meu pagamento. Tenho passado dificuldades com isso”, desabafou. A mesma história é contada por dezenas de


moradores da cidade que trabalhavam na obra.

O escândalo deve ganhar as páginas dos grandes jornais nos próximos dias pois envolve recursos dos Governo Federal e Estadual. Somente para urbanização da avenida, foram destinados R$ 894 mil reais. Para praça de eventos, outros R$ 502 mil, e para os equipamentos turísticos, nada menos do que R$ 756 mil, o que totalizam R$ 2 milhões e 153 mil reais.

Os moradores de Coronel José Dias afirmam, de forma unânime, que essa obra é uma demonstração da corrupção existente na área do turismo no Piauí. O próprio vice-prefeito do município, Expedito Rodrigues Nascimento, de 77 anos, diz que “as autoridades já depositaram o dinheiro atrasado dos funcionários e a obra deve ser reiniciada ainda nessa semana”, o que não aconteceu.
Para o secretário de turismo de Coronel José Dias, Jorlam da Silva Oliveira, 32 anos, a obra vai ser finalizada e eles “prefeitura” estão pressionando para isso. “Na minha opinião não era necessário fazer essa quantidade de quiosques, pois certamente não teremos pessoal qualificado para ocupá-las”, garante. Essa é a opinião também de grande parte dos moradores locais. “Preferíamos que fizessem 2 ou 3 quiosques e que eles fossem finalizados e entregues para cidade. O que fizeram foi o contrario, uma obra gigante que certamente vai ficar fantasma se um dia for finalizada”, acrescenta o pastor Nascimento.

Em entrevista numa rádio de São Raimundo Nonato, o prefeito de Coronel José Dias, José Alencar Pereira (PTB) disse: “O governador Wilson Martins garantiu que vem inaugurar a praça de eventos no dia 27 de junho, dia do padroeiro local. Para os moradores de Coronel José Dias isso é impossível pois já estamos em meados de junho e as obras continuam paralisadas.

Fonte: Portalsrn

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