A possível saída de Teixeira ganhou força no início da semana. Na segunda-feira, durante o programa Linha de Passe, da ESPN Brasil, o comentarista Juca Kfouri afirmou que a renúncia do presidente da Confederação Brasileira de Futebol era "mais que um rumor".
De acordo com Juca, Teixeira deixará o comando da entidade para dedicar-se à família, morando em Miami. Nas últimas semanas, o dirigente vendeu propriedades e demitiu funcionários de confiança, em uma movimentação que aumentou as suspeitas sobre a saída.
Na quarta-feira, o colunista Anselmo Gois escreveu no jornal O Globo que esta quinta, dia 16, foi a data escolhida para o anúncio. Também na quarta, a Folha de S.Paulo publicou reportagem que mostra ligações de Teixeira com a empresa Ailanto, investigada por superfaturamento no amistoso entre a seleção brasileira e a de Portugal, em novembro de 2008.
A reportagem dos canais ESPN apurou que o anúncio da saída de Ricardo Teixeira deve acontecer de forma simples, sem nenhuma pompa ou circunstância. Possivelmente, haverá apenas uma nota oficial no site da CBF comunicando a mudança.
De acordo com o estatuto da entidade, assumirá o cargo o vice-presidente mais velho ­ José Maria Marin. Dirigente da velha guarda e ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Marin voltou ao noticiário recentemente por colocar no bolso uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthians na premiação da Copa São Paulo.
Denúncias e polêmicas ­ A administração Ricardo Teixeira na CBF foi marcada por vitórias no campo esportivo e político, mas também por uma série de polêmicas e denúncias envolvendo o nome do presidente. Depois de sobreviver ao chamado "voo da muamba", após a Copa de 1994, e a duas CPIs, Teixeira conseguiu se reeleger em 2003 e 2007. A escolha do Brasil para sede do Mundial de 2014 ampliou o mandato do dirigente para até 2015.
A partir de 2010, entretanto, o nome do presidente da CBF voltou a ser ligado a polêmicas. O jornalista escocês Andrew Jennings, da BBC, afirmou que dirigentes fecharam um acordo com a corte de Zug, na Suíça, para não terem seus nomes revelados no caso Fifa-ISL. Segundo Jennings, o acerto foi feito por Ricardo Teixeira e João Havelange, que teriam recebido propina da ISL, antiga empresa de marketing esportivo parceira da Fifa. Ambos teriam devolvido parte do dinheiro recebido à Justiça, com a condição de não terem seus nomes revelados.
No dia 27 de dezembro de 2011, a Justiça ordenou que a Fifa abrisse em até 30 dias os documentos do caso ISL, o que ainda não aconteceu. O temor de uma possível condenação é apontado como o principal motivo da saída de Teixeira. No entanto, a saída do presidente pode acontecer sob a alegação de licença médica ­ o dirigente, de 64 anos, anunciaria uma viagem para os Estados Unidos para fazer uma cirurgia no coração. Em setembro de 2011, Teixeira foi internado no Rio de Janeiro com quadro de diverticulite.

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