Logo no início do jogo, Alan Kardec recebeu lançamento de Arouca e foi derrubado por Paulo Miranda na área. Pênalti! Neymar bateu forte, no alto, para fazer o primeiro gol do jogo. Ainda antes do intervalo, Neymar ganhou em velocidade da zaga são-paulina e tocou no canto de Dênis para marcar o segundo. O primeiro gol marcou o de número 100 de Neymar com a camisa do Santos; com o segundo, ele chegou a 101 e empatou com Juary na lista de artilheiros da história santista. Na comemoração, Neymar lembrou Juary e deu voltas na bandeirinha de escanteio, imitando a tradicional forma do ex-jogador festejar os gols.
Na segunda etapa, o Santos fez o terceiro com Alan Kardec, que completou cruzamento no segundo pau. Mas a arbitragem viu falta no meio da área e anulou o gol santista. Depois, foi a vez do São Paulo crescer no jogo. E aos 18 minutos, em posição duvidosa, Willian José diminuiu, vencendo o goleiro Aranha que substituiu, já na segunda etapa, o lesionado Rafael.

Mas aos 32 minutos, Neymar marcou o terceiro dele no jogo, o 102º com a camisa santista e ficou a apenas dois de Serginho Chulapa e João Paulo na corrida pelo posto de maior goleador após a Era Pelé. O camisa 11 recebeu na entrada da área, bateu forte e contou com a colaboração do goleiro Dênis, que espalmou para cima e deixou a bola morrer no fundo das redes.

Agora, o Santos enfrenta o Guarani na decisão, já que o time do interior venceu o clássico de Campinas contra a Ponte Preta.
União, faz a força
O jogo ­ Emerson Leão não pôde testar um meio-campo mais preenchido com Casemiro contra a Ponte Preta porque o jogo em Campinas, que ocorreria na quinta-feira, foi adiado. Mas insistiu na formação, com Willian José como substituto de Luis Fabiano na posição de referência na frente. A novidade que deu certo, contudo, veio da cabeça de Muricy Ramalho.
O técnico do Santos não inventou nas laterais, colocando Maranhão na direita e Léo na esquerda nas vagas dos titulares Fucile, machucado, e Juan, suspenso. A inovação ocorreu no ataque, com a troca de Borges, em má fase, por Alan Kardec. Alternativa que deu certo com menos de dois minutos de clássico.

Uma rápida troca de passes saiu dos pés de Arouca para os de Alan Kardec, que caiu perto da pequena área ao ser pressionado por Paulo Miranda. O assistente atrás do gol, Leandro Bizzio Marinho, indicou pênalti, que o árbitro Paulo César de Oliveira confirmou. Na cobrança, aos três minutos, Neymar bateu no canto contrário ao escolhido por Denis e conseguiu o que os visitantes mais queriam: um gol logo no início.

Com as redes balançadas, o Santos pode se posicionar de maneira que minimizasse o desgaste do jogo na altitude de La Paz na quarta-feira. Com exceção de Alan Kardec, o time inteiro, inclusive Neymar, atuava da intermediária defensiva para trás, armando um paredão que não permitia ao São Paulo nem finalizar.

Um chute torto de Cícero na ponta esquerda, contudo, mostrou à equipe anfitriã que o caminho para tentar empatar: Maranhão, lateral direito que, quando não deixava espaços ao subir, marcava mal demais. Leão liberou Cortez para ajudar Cícero e, por ali, os dois só não eram mais eficientes porque Willian José se posicionava mal na área.

As tentativas, porém, geravam outras chances, como o escanteio que Paulo Miranda desviou na trave aos dez minutos. E a preocupação santista em ajudar Maranhão deixava Lucas mais à vontade para fintar até ter a oportunidade de finalizar da entrada da área como gosta.

O problema, entretanto, era que não havia opção para atacar pela direita, já que Piris abdicava de jogar para marcar Neymar mesmo quando o São Paulo tinha a bola. Alternativa que não valeu tanto a pena. Aos 31 minutos, Rhodolfo afastou e deixou a bola nos pés de Ganso, que tocou de primeira para Neymar, sem Piris no seu encalço, driblar Paulo Miranda e fazer 2 a 0.

Neymar foi ainda mais decisivo na sequência, quando fintou Piris quantas vezes quis até receber uma falta, gerar cartão amarelo para o paraguaio e causar uma confusão que diminuiu o ímpeto são-paulino. Até o intervalo, o que se viu foi o Santos tocando a bola e um dono de casa já sem saber como pressionar. Motivo para vaias de sua torcida, que também xingava Paulo César de Oliveira de ladrão.

Na volta para o segundo tempo, Leão mostrou outro caminho. Evitou a expulsão de Piris trocando-o por Rodrigo Caio e sacou o imperceptível Jadson para Fernandinho entrar e se aproveitar de Maranhão como quisesse. Sob os pedidos de raça vindo das arquibancadas, o São Paulo teve ânimo para se recolocar na partida.

Aos dois minutos, Lucas driblou quem tinha pela frente para bater rente à trave. Dois minutos mais tarde, Paulo Miranda não conseguiu desviar para o gol vazio, assim como Neymar, na sequência do lance, no rebote de chute de Alan Kardec ­ o toque do camisa 11 bateu na trave.

O Santos até conseguiu balançar as redes aos 12 minutos, com Alan Kardec, mas o árbitro anulou alegando falta de Edu Dracena em Paulo Miranda no trajeto da bola. O gol que valeria ocorreria do outro lado, quando Aranha já estava na meta santista ­ Rafael foi substituído no segundo tempo com dores no joelho direito.

Aos 18, três minutos depois de acertar o poste de Aranha, Willian José recebeu em posição duvidosa na área, limpou a marcação e descontou. O gol foi uma nova injeção de ânimo que só não aumentou porque o goleiro reserva do Santos fez grande defesa em falta cobrada por Cícero.

Neymar, contudo, ainda estava em campo. E o astro mostrou ter sorte além de qualidade. Aos 32 minutos, o atacante arriscou de longe e Denis espalmou para dentro de sua meta. Terceiro gol que o artilheiro comemorou dançando em provocação à torcida são-paulina. Em campo, a provocação com a bola no pé resultou na expulsão de Cícero aos 38 minutos. O camisa 11, realmente, fez de tudo neste domingo no Morumbi.

FICHA TÉCNICASÃO PAULO 1 X 3 SANTOSLocal: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 29 de abril de 2012, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Vicente Romano Neto (ambos de SP)
Assistentesadicionais: Vinicius Furlan e Leandro Bizzio Marinho (ambos de SP)
Público: 47.771 pagantes
Renda: R$ 2.033.374,00
Cartõesamarelos: Paulo Miranda, Piris, Cícero e Rodrigo Caio (São Paulo); Maranhão e Aranha(Santos)
Cartão vermelho: Cícero (São Paulo)

Gols: SÃO PAULO: Willian José, aos 18 minutos do segundo tempo; SANTOS: Neymar, aos três (pênalti) e aos 31 minutos do primeiro tempo e aos 32 do segundo

SÃOPAULO: Denis; Piris (Rodrigo Caio), Paulo Miranda, Rhodolfo e Cortez; Denílson, Casemiro (Osvaldo), Cícero e Jadson (Fernandinho); Lucas e Willian José
Técnico: Emerson Leão

SANTOS: Rafael (Aranha); Maranhão, Edu Dracena, Durval e Léo; Adriano, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Alan Kardec (Rentería)
Técnico: Muricy Ramalho
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