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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL-FFP

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

ELEIÇÕES: MATIZES ALERTA, "CUIDADO COM ENGODO"

Tatila, 1ª transex do Piauí
CANDIDATOS APROVEITAM-SE DA COMUNIDADE E EVENTOS LGBT PEDINDO VOTOS E APÓS ESQUECEM AS PROMESSAS

Segundo estimativa do Grupo Matizes, Teresina tem cerca de 85 mil eleitores inseridos na comunidade LGBTTTS (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Porém, poucos ainda manifestam a vontade de representar essa população e, consequentemente, os direitos dessas pessoas vão ficando esquecidos.
Na eleição deste ano, Teresina terá um homem que conseguiu mudar de sexo, inclusive no registro de identidade. Hoje, registrada como Tatila Beatriz Mourão Freitas, a candidata a vereadora tem propostas não só para gays, lésbicas, transexuais, travestis e transgêneros. Ela inclui no seu grupo de defesa as prostitutas, que, segundo ela, também sofrem violência e discriminação.

Entre as suas propostas, Tatila pretende implantar, se eleita, serviços de saúde, educação e qualificação profissional para essas pessoas porque para muitas, segundo ela, a única alternativa de sustento é a prostituição.
"Tenho uma preocupação com a qualificação. Queremos a implantação do curso de libras, artes e esporte no currículo escolar, oficinas de prevenção de doenças, distribuição de preservativos, gel e material educativo para as profissioais do sexo sem que haja burocracia, e cursos profissionalizantes para que essas pessoas tenham outras oportunidades na vida, garantindo cidadania e direitos", afirma a candidata.
Tatila Beatriz Mourão  Freitas, de fato e direito
Tatila foi a primeira transex do Piauí. "Luto nesse mundo desde os 13 anos. Transitei pelos três sexos: nasci homem e me identifiquei como transex e hoje sou mulher de fato e de direito. Fui a primeira. Abri precedente e existem mais outras três como eu. Mas elas preferem ficar no anonimato, com medo do preconceito", explica.
O preconceito ainda é o principal motivo para que gays, lésbicas, transexuais, travestis e transgêneros permaneçam no anonimato político. Para Samantha Brasil, existem ainda os candidatos que não fazem parte da comunidade e no período eleitoral dizem ter projetos específicos e quando se elegem esquecem das promessas que fizeram para o grupo.
"Somos 100 mil pessoas assumidos e declarados. Muitos não têm coragem de mostrar a cara. São pessoas que não tem compromisso nem com si e não vão ter com a população. Querem se dar bem e ajeitar seus familiares. Depois que são eleitos não nos recebem nos seus gabinetes", afirma Samantha, que também é candidata a vereador.
Samantha, que nasceu Evilásio Costa Cunha, concorrerá como homem. Um de seus projetos mais ousados é a destinação de uma cota de 2% para o grupo LGBTTTS nas vagas de concurso da prefeitura e de funcionários terceirizados.
A candidata afirma que essa medida ajudaria a diminuir o preconceito sofrido pela comunidade em repartições públicas. Além disso, Samantha defende a oficialização de datas comemorativas da comunidade [17 de junho, dia de combate a homofobia; 28 de junho, dia do Orgulho de Ser, e a destinação de um  dia oficializado para a parada do Orgulho de Ser].
"Isso é para a gente angariar mais respeito, mais transparência, porque a gente chega nesses lugares e somo olhadas de canto de olho. Queremos também a volta do carnaval de rua porque quando se fala em carnaval fala-se em brilho, em glamour. Queremos também que a prefeitura patrocine a Parada da Diversidade. Queremos uma educação mais digna e queremos ainda que o vereador eleito que for assumir cargo em secretaria peça para sair da Câmara porque ele foi eleito para cumprir seu mandato. Nós defendemos que secretários sejam  funcionários de carreira", diz.
Marinalva Santana, coordenadora do Grupo Matizes, alerta para os candidatos que se aproveitam da comunidade e dos eventos LGBT para pedir voto e depois esquecem as promessas. O Matizes lançou uma carta à população com esse alerta e vai pedir auxílio ao Ministério Público para ajudar na fiscalização do uso eleitoreiro da presença de candidatos na Parada da Diversidade, que acontecerá no dia 1º de setembro.
"A gente se ressente porque eles não manifestam apoio durante o resto do ano e na Parada aparecem vários. Isso é um desrespeito porque estimamos que somos cerca de 85 000 eleitores em Teresina. Na época da campanha nos dão tapinhas nas costas e no resto do ano nos dão as costas", afirma Marinalva.
Pelo Matizes

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