A Fifa divulgou ontem, 11, o processo que confirma que os brasileiros João Havelange, ex-presidente da entidade, e Ricardo Teixeira, ex-mandatário da CBF, receberam suborno da empresa de marketing ISL. Além de atestar o recebimento dos valores pelos dirigentes, o documento também ‘explica’ porque a entidade máxima do futebol não crê na devolução do dinheiro.
Em um dos trechos do texto, o Tribunal da cidade suíça de Zug revela a argumentação dos advogados da Fifa, afirmando que a proposta de que os cartolas devolvessem o dinheiro para os cofres da entidade não seria possível. Isso porque, segundo a Fifa, os ‘subornos são partes integrantes do salário da maioria da população da América do Sul e África.
"US$ integrantes do salário da população da América do Sul e África" |
Segundo o processo, Teixeira recebeu US$ 13 milhões (em valores atualizados) entre 1992 e 1997 da ISL, enquanto Havelange ganhou US$ 1 milhão (também em valores atualizados) em 1997 da empresa de marketing em troca de vantagens no processo de venda dos direitos de transmissão da Copa do Mundo.
Em nota oficial divulgada no seu site, a Fifa comemorou a decisão dos nomes dos envolvidos terem se tornado públicos e da confirmação de que a entidade não está diretamente envolvida com o escândalo, nem o seu atual presidente - Joseph Blatter -, mas "apenas dois dirigentes estrangeiros".
Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal da Suíça decidiu que a liberação dos documentos, solicitados por órgãos de imprensa sobre a investigação criminal, encerrada em maio de 2010, eram de interesse público. Quando o caso foi finalizado, os dirigentes envolvidos, que agora se sabe que são Teixeira e Havelange, pagaram 5,5 milhões de francos suíços sob a condição dos seus nomes não serem revelados.
Para ler o relatório, na íntegra, clique aqui (o trecho citado encontra-se na página 32 do relatório, em inglês)
ESPN.com
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