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sábado, 23 de abril de 2011

Artigo: "OVO DE PÁSCOA - SIGNIFICADO E HISTÓRIA...


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Auryo Jotha*



      Na Páscoa, a celebração da morte e ressurreição de Cristo serve como um momento especial para que os cristãos reflitam sobre o significado da via e do sacrifício daquele que fundou uma das maiores religiões do mundo. Contudo, muitos não conseguem visualizar qual a relação existente entre essa celebração de caráter religioso com o hábito de se presentear as pessoas com ovos de chocolate.

     O ovo é um símbolo que praticamente explica-se por si mesmo. Ele contém o germe, o fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a renovação e a criação cíclica. De um modo simples, podemos dizer que é o símbolo da vida. Presentear pessoas com ovos é um costume de épocas remotas. Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições, este "ovo cósmico" aparece depois de um período de caos.

      Desde muito tempo atrás, para diferentes povos, o ovo representava a criação e a fecundidade. Usualmente eram pintados e oferecidos aos amigos nas ocasiões festivas. A adoção dos ovos como símbolo da Páscoa está ligada ao fato de que o ovo, aparentemente morto, contém uma vida que aparece subitamente.
       O ovo é símbolo bastante antigo, anterior ao Cristianismo, que representa a fertilidade e o renascimento da vida. Muitos séculos antes do nascimento de Cristo, a troca de ovos no Equinócio da Primavera (21 de Março) era um costume que celebrava o fim do Inverno e o início de uma estação marcada pelo florescimento da natureza. Para obterem uma boa colheita, os agricultores enterravam ovos nas terras de cultivo. Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, a cultura pagã de festejo da Primavera foi integrada na Semana Santa. Os cristãos passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo.

      Na antiguidade os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear os amigos. Em várias antigas culturas espalhadas no Mediterrâneo, no Leste Europeu e no Oriente, o uso do ovo como presente era algo bastante comum. Em geral, esse tipo de manifestação acontecia quando os fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera. Não por acaso, vários desses ovos eram pintados com algumas gravuras que tentavam representar algum tipo de planta ou elemento natural. Em outras situações, o enfeite desse ovo festivo era feito através do cozimento deste junto a alguma erva ou raiz impregnada de algum corante natural. Mas os ovos não eram para ser comidos, eram apenas um presente que simbolizava o início da vida.

Ostera - Deusa da primavera
     A tradição de homenagear essa estação do ano continuou durante a Idade Média entre os povos pagãos da Europa. Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Ostera, a deusa da Primavera, na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. Em suas representações mais comuns, observamos esta deusa pagã representada na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos.

      Os cristãos se apropriaram da imagem do ovo para festejar a Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus. Na época, pintavam os ovos (geralmente de galinha, gansa ou codorna) com imagens de figuras religiosas, como o próprio Jesus e sua mãe, Maria.


      No auge do período medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Das tradições da Europa Oriental, o hábito passou aos demais países. Eduardo I da Inglaterra oferecia ovos banhados em ouro aos súditos preferidos. Isso iniciou a moda de fazê-los artificiais, de madeira, porcelana e metal, contendo alegras surpresas aos presenteados.

      Os ovos de Páscoa mais famosos do mundo nem são ovos de comer: um joalheiro russo, Carl Fabergé, fez seus ovos de ouro, prata e pedras preciosas. Abertos, revelavam pequenas imagens de pessoas, animais, plantas ou prédios, e eram dados como presentes pelo imperador russo aos amigos. 

       Fabergé foi o joalheiro da corte dos czares russos Aleksandr III e Nikolai II. O czar gostou tanto da obra que disse a Fabergé que produzisse um ovo desses por ano, sendo entregue pelo czar à czarina. O acordo dava carta branca ao joalheiro para criar essas jóias como desejasse, a única condição era que deveriam ter sempre alguma surpresa em seu interior.

      Até chegar ao famoso ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente americano. Ao entrarem em contato com as civilizações dos Maias e Astecas, que consideravam o chocolate como algo sagrado, tal qual o ouro, os espanhóis foram responsáveis pela divulgação desse alimento sagrado no Velho Mundo. Somente duzentos anos mais tarde, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da História.

     Os ovos tornaram-se símbolo oficial da Páscoa no século XVIII. Os ovos (de verdade) foram substituídos por ovos de chocolate, onde suas origens exatas são incertas. Alguns associam à proibição da ingestão de alimentos de origem animal no período da quaresma, havendo sua substituição pelo chocolate e outros acreditam que está ligado ao surgimento e crescimento da própria indústria de chocolate.

      Hoje em dia várias festas populares e religiosas estão aceleradamente perdendo seu sentido original e em seu lugar ficando estratégias de marketing para conseguir mais capital, nos forçando a comprar, nos iludindo a acreditar... Pois quem na páscoa não quer um ovo de chocolate, só porque já virou um costume ou moda? O capitalismo tomou conta do mundo, e quase tudo se converte em beneficio próprio. 


*Blog: "Tempos Sapiens"
Fontes:
Brasil Escola

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