Brasileirão: PORTUGUESA QUER PROVAR FALTA DE COMUNICAÇÃO

LUSA INVESTE EM ARGUMENTO PARA FUGIR DE REBAIXAMENTO

O telefone do diretor jurídico Valdir Rocha da Silva vai ser a principal arma da Portuguesa para evitar que ela seja rebaixada no Brasileirão em julgamento marcado para segunda-feira no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. A Lusa vai tentar provar que o advogado Osvaldo Sestário não a avisou sobre a suspensão de dois jogos do meia Hevérton, no julgamento da última sexta-feira, no STJD. Contratado pela Portuguesa para sessões no tribunal, Osvaldo disse ao GloboEsporte.com que informou Valdir sobre a suspensão de dois jogos de Hevérton. Assim, o jogador não poderia ter entrado em campo contra o Grêmio, na última rodada do Brasileirão, no domingo. Como ele jogou, a Lusa pode perder quatro pontos e trocar de lugar com o Fluminense, que escaparia assim da degola.

– "Valdir não usa mais o telefone dele, que vai ser rastreado para provarmos que não houve a ligação. Ele me reportou que não foi comunicado sobre a suspensão de dois jogos do jogador Hevérton – disse o vice-presidente jurídico da Portuguesa, Orlando Cordeiro de Barros"  De acordo com o dirigente, a decisão do julgamento deveria ter sido passada por escrito pelo advogado Osvaldo Sestário. Ele espera que o STJD considere tal fato e pese isso a favor da Portuguesa.

– A coisa é muito simples, não houve um comunicado escrito da decisão do STJD. É necessário ter algo oficial. O mínimo que se esperar de um advogado é que ele comunique por escrito a decisão de um julgamento.

Durante praticamente toda a quarta-feira e a manhã desta quinta-feira, o GloboEsporte.com tentou contato com Valdir Rocha da Silva. Porém, o advogado que trabalha diariamente no Canindé, sede da Portuguesa, não está despachando da sua sala. Quem está atendendo o seu ramal direto é um auxiliar jurídico do clube.

– Valdir vai se pronunciar apenas por uma nota oficial, que vai ser emitida na tarde de hoje (quinta-feira).  Eu sou advogado há 26 anos. Você não pode comunicar um cliente de uma decisão apenas por telefone. O STJD não deve considerar quando se passa o resultado de um julgamento por telefone. Não estou adiantando o que Valdir vai dizer, mas não tem muito segredo – finalizou Orlando Cordeiro de Barros.

Pouco depois, em entrevista à rádio Jovem Pan, o dirigente adotou um discurso de conformismo, deixando claro que ele teme a punição da Portuguesa.

– "Infelizmente, com tristeza, talvez tenhamos que cumprir uma pena pesada por algo que não faríamos normalmente. Não era uma partida de vida ou morte para a equipe, não teria sentido escalar o jogador". 

O vice jurídico também amenizou o tom do seu discurso em relação ao Fluminense. Categoricamente, ele insinuou na quarta-feira que o clube carioca teria armado a situação para conseguir uma virada de mesa. "Não digo que o interesse do Fluminense não seja legítimo, qualquer clube faria o mesmo. Mas é uma decisão fora do campo."

Pelo G1