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FEDERAÇÃO DE FUTEBOL-FFP

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Mensalão: A CORRIDA DA 'EXPERIÊNCIA'

ESTUDANTES E ESTAGIÁRIOS TROCAM FACULDADES PELO PLENÁRIO DA CORTE
Em pouco mais de um mês de julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o batalhão de advogados que ocupava o plenário da Corte nas primeiras semanas deu lugar a grupos de estudantes e estagiários de direito, recebidos ao início de todas as sessões da ação penal 470 com boas-vindas pelo presidente, Carlos Ayres Britto. A saudação nominal de Britto aos universitários da plateia gerou uma comparação com o programa do humorista Jô Soares, frequentado por grupos de universitários, cuja presença é sempre destacada pelo apresentador.

O Supremo já recebeu “caravanas” de estudantes de Minas Gerais, Tocantins, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e também do Distrito Federal, segundo informações do cerimonial da Corte, que cuida das visitações. Os grupos são de diversas universidades e faculdades de direito.
Os estudantes da Unip da Asa Sul, em Brasília, saíram direto da aula, em dois carros, para acompanhar o julgamento do mensalão. Patrícia Ribeiro, 18 anos (ao centro), quase perdeu a sessão. De calça jeans, a aluna fez uma maratona até o shopping para volt (Foto: Rosanne D'Agostino/G1)Estudantes da Unip da Asa Sul, em Brasília, que saíram diretamente da aula, em dois carros, para acompanhar o julgamento do mensalão nesta quinta (6) (Foto: Rosanne D'Agostino/G1)
Mas os estudantes dizem estar no Supremo por outro motivo que não é o entretenimento: o futuro profissional. Aprender direito entre ministros da mais alta Corte do país, em um julgamento considerado o maior já realizado pelo STF, é uma maneira de “pegar experiência”, diz Jean Kelpy, 21 anos. Kelpy e outros seis colegas do 3º semestre do curso de direito da Unip (Universidade Paulista) da Asa Sul, em Brasília, estudam pela manhã e saíram da aula em dois carros para acompanhar a sessão, mesmo em véspera de feriado de 7 de Setembro.
“A gente aproveitou para vir direto da faculdade. É a primeira vez, mas vamos começar a vir mais”, afirmou. Eles dizem não anotar o que dizem os ministros, nem fazem fotos, o que não é permitido durante o julgamento, mas revelam que às vezes é difícil entender o “juridiquês” dos ministros. “A gente não conversa na sessão, fica só se concentrando. Aí de vez em quando consegue entender”, diz Kelpy.
Durante a sessão acompanhada pelo grupo, três dirigentes do Banco Rural à época do escândalo do mensalão, Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, foram condenados pelo crime de gestão fraudulenta. Ayanna Tenório, também diretora do banco à época, foi absolvida.
'Maratona pela roupa certa'
Segundo o cerimonial, para acompanhar o julgamento da ação do mensalão de dentro do plenário é preciso obedecer a todas as regras do tribunal, entre elas, o código de vestimenta, que exige o uso de roupas sociais para os homens e as mulheres.
Essa regra quase deixou de fora Patrícia Ribeiro, 18 anos, que foi até a Corte de calça jeans.
“Me disseram que eu podia vir assim, com um terninho por cima. Mas chegamos aqui, e o segurança avisou que não poderia entrar”, conta. Faltando uma hora para o início da sessão, ela correu para o shopping com o irmão, comprou uma calça social e voltou. “Em cima da hora”, brincam os colegas de classe.
A situação foi quase a mesma do advogado do ex-deputado Roberto Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, num dos primeiros dias de julgamento.
Ele conseguiu entrar no Supremo de calça jeans, mas foi convidado por uma segurança e uma funcionária do cerimonial trocar o lugar no plenário.
Os estudantes contam também ter seus preferidos na Corte. “Joaquim Barbosa”, diz Leiane Monteiro, 21 anos. “Ele tem mais iniciativa. Ele fala mais ao povo, do modo como as pessoas pensam”, afirma.
Samara de Moraes, 19 anos, até já escolheu o segmento em que pretende atuar. “Na área penal”, diz ela, justamente a esfera discutida no julgamento do mensalão. “Acho que delegada, mas pode mudar. Ainda está no começo (o curso)”, diz.
Sem agendamentos
O cerimonial afirma que o procedimento normal é agendar as visitas, mas que, em razão das vagas reduzidas, não estão sendo agendados grupos para assistir ao mensalão.
G 1

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