Pages

FEDERAÇÃO DE FUTEBOL-FFP

FEDERAÇÃO DE FUTEBOL-FFP
Site - clique imagem

domingo, 13 de maio de 2012

CPI VISIBILIZA CONFLITO NO PT

DILMA AFASTA-SE DO PARTIDO
Dilma, defende tese: cada "um em sua função"
Duas sessões secretas foram suficientes para dar visibilidade ao conflito que separa o governo e o maior partido da base aliada, o PT, em relação à CPI do Cachoeira - desde a iniciativa de sua criação até a condução manipuladora de seus líderes elegendo réus e alvos segundo os interesses de uma pauta própria.

Do pouco que se conseguiu apurar das quase 16 horas de depoimentos dos delegados responsáveis pelas operações Vegas e Monte Carlo sobressai o esforço vão do PT em sentar o Judiciário e a mídia no banco dos réus. Menos por convicção no êxito da causa e mais para, a ela dando curso, minar a credibilidade do primeiro e alimentar a tese inconstitucional de controle da segunda.

Ao dar caráter institucional à estratégia, o presidente do PT, Rui Falcão, entrou em rota de colisão com a presidente Dilma Rousseff, que não esconde sua contrariedade com a criação da CPI, com o discurso contra a liberdade de imprensa e com a guerra aberta ao Judiciário. A mais de um interlocutor, Dilma considerou que Falcão foi além de sua função de dirigente partidário passando a ideia de falar pelo governo.
A leitura expõe a frustração do PT com a inesperada autonomia da presidente Dilma Rousseff, cuja eleição criara em alas radicais do partido a expectativa de maior influência no seu governo do que na era Lula. Foi esse o discurso do ex-ministro José Dirceu, no sindicato dos Petroleiros, ao comemorar sua vitória nas urnas: 'Agora vai começar o verdadeiro governo do PT'.
A surpresa sobre a qual a presidente cala foi o estímulo ao ambiente de radicalismo pelo ex-presidente Lula, ao defender uma CPI com fins políticos.
Declaração
de guerra
A reação do procurador-geral,
Roberto Gurgel, atribuindo a
tentativa de convocá-lo para depor na CPI ao medo de réus do
mensalão, surpreendeu governo e parlamentares. O tom acusatório e indignado de Gurgel, respaldado
pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), indica que o
Judiciário recebeu a iniciativa como uma declaração de guerra. Petistas influentes temem que o episódio produza efeito contrário, ou seja, agrave a situação dos réus no
processo. E alguns, dentro e fora do governo, já admitem avaliar o
diagnóstico do empresário Emilio Odebrecht, pelo qual Lula pode ter cometido um erro político ao
estimular uma CPI no melhor momento da presidente Dilma Rousseff.
Mais pólvora
O senador Sérgio Souza (PMDB-PR) - suplente da ministra Gleisi Hoffmann - requereu a quebra de sigilo telefônico da esposa de Gurgel, a subprocuradora Cláudia Sampaio, por considerar insuficiente o relatório da Operação Vegas em 2009.
Ligações perigosas
Na sessão reservada da CPI
que investiga as relações de Carlos Cachoeira com políticos, o delegado da PF Matheus Rodrigues, da Operação Monte Carlo, disse que o nome do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), foi citado 58 vezes por integrantes da quadrilha do contraventor em conversas
telefônicas. Já o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB),
é recordista: foi citado 237 vezes.
Vaga nova
A nova cobiça do PMDB é pelo lugar de Jorge Zelada, diretor da área
internacional da Petrobrás, cuja saída é dada como certa. Renan
Calheiros (AL), Gim Argello (DF)
e Henrique Eduardo Alves (RN)
pressionam pela indicação. Desde que Maria das Graças Foster assumiu, cinco novos diretores foram nomeados. Do quadro antigo, restam Zelada e o diretor financeiro, Almir Barbassa.
O ESTADÃO

Nenhum comentário:

Postar um comentário