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sexta-feira, 1 de junho de 2012

RONALDINHO, "DEIXA FLA PELAS PORTAS DOS FUNDOS"

JOGADOR NUNCA TRANSFORMOU-SE NO FENÔMENO DE MARKETING QUE O FLA ESPERAVA E AGORA EXIGE PAGAMENTO DE DÍVIDA MILIONÁRIA 

Desencontros, polêmicas e confusões. Ao entrar na Justiça contra o Flamengo, nesta quinta-feira, 31/05, (ontem), Ronaldinho Gaúcho coloca, em seu último ato pelo Clube de Resgata Flamengo, os mesmos ingrediente que povoaram sua passagem pelo Rio desde a chegada, em janeiro de 2011.
O jogador, que foi eleito o melhor do mundo em 2004 e 2005, sai do clube pelas portas dos fundos, reclamando de salários atrasados e direitos de imagem ­ uma dívida com valores que chegam a R$ 40 milhões. Sai sem deixar saudades para a torcida ou dinheiro nos cofres da equipe; sem um jogo de despedida ou pedidos para que fique.

O Flamengo sai dos 17 meses com Ronaldinho pior do que entrou. No fim de 2010, o clube da Gávea venceu uma briga de três pontas, com Grêmio e Palmeiras. Uma disputa que ficou marcada pelas incontáveis reuniões e promessas do irmão e empresário do jogador, Assis. Vencedor da batalha ­ uma das maiores novelas do futebol brasileiro ­ o time carioca anunciou o jogador como salvador da pátria. Quando um Ronaldinho emocionado disse, com a voz embargada, "agora eu sou Mengão", os torcedores que estavam na apresentação, na Gávea, foram à loucura. Os departamentos de marketing e futebol do clube, também. Ronaldinho surgiu como a solução de todos os problemas. Seria o ídolo e em campo e a solução fora dele. 
Mas, quase um ano e meio após a chegada messiânica, Ronaldinho nunca foi o fenômeno que o clube esperava. Em campo, foram 70 partidas, 28 gols, 19 assistências e um título, o de campeão carioca de 2011. Atuações memoráveis, com a grife de quem foi o melhor do mundo, apenas uma, no histórico 5 a 4 sobre o Santos, na Vila Belmiro. Foi o bastante para ser chamado a voltar para a seleção brasileira, do técnico Mano Menezes.
Foi fora de campo, no entanto, que o jogador decepcionou ainda mais. Ronaldinho não se empenhou para virar a cara ­ ou "o cara" de marketing no Flamengo. A falta de esforços era visível também nos treinos. Conhecido por animar o ambiente nos clubes por onde passou, o jogador tornou-se, nos últimos meses, uma figura soturna, quase uma sombra do farrista que sempre se destacou pelo bom humor nas concentrações. 
Reprodução ESPN
Nas últimas semanas a crise agravou-se ainda mais O primeiro episódio aconteceu em uma das lojas do clube, no Rio. De acordo com relatos de funcionários, Assis teria entrado no estabelecimento e enchido uma sacola com artigos do clube. O irmão e empresário de Ronaldinho teria dito que não pagaria pelos produtos, alegando que o clube não pagava os salários do atleta.
No sábado, Ronaldinho fez a última partida pelo Flamengo. Marcou um gol de pênalti, o sétimo neste ano. Deixou o campo aos 30 minutos da segunda etapa, vaiado pelos torcedores, que depois cercaram o carro do atleta, cobrando mais empenho e melhores atuações. Depois do episódio, Ronaldinho nunca mais foi ao clube. Com a anuência da direção, ele foi a Porto Alegre, acompanhar a mãe Miguelina, que estava com um problema de saúde. O gaúcho não foi aos treinos na terça e na quarta-feira; depois, perdeu o embarque do clube para Teresina, onde a equipe disputaria um amistoso. Na ocasião, Zinho ­ ex-jogador e atual diretor de futebol ­ admitiu que não conseguira falar com Ronaldinho.
Na manhã desta quinta, o vice-presidente de futebol do clube, Paulo César Coutinho, afirmou a torcedores no Piauí que o jogador já estava afastado. Depois, voltou atrás. Mas o destino da parceria entre Ronaldinho e o Flamengo já estava selado. Agora, o futuro do ex-melhor jogador do mundo está nas mãos da Justiça.
"O Ronaldinho não é mais jogador do Flamengo, o contrato dele foi rescindido judicialmente. Com relação a valores, eu não posso falar por conta do segredo de Justiça. A liminar não diz nada com relação a valores. O Flamengo já está sabendo: meia hora antes de eu ir lá a liminar já estava com o clube", explicou a advogada Gislaine Nunes ao 'SporTV'. "Agora nós estamos cobrando valores altíssimos para fazer isso, valores milionários e valores que o atleta tem direito por força de contrato".
"Geralmente os contratos de imagem são usados para burlar previdência, impostos e encargos trabalhistas. Conseguimos o reconhecimento, e então o juiz conseguiu acatar nossa tese, libertou o atleta e agora ele está liberado para seguir a vida de dele", concluiu.

ESPN.Com

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