O frade dominicano se diz "penalizado" pelas cenas do julgamento do mensalão no Supremo, mas afirma que a direção petista deve esclarecer se erros foram cometidos e o que foi feito para corrigi-los.
No último mês, Lula sofreu desgastes não só pela proximidade com Rose, denunciada pelo envolvimento com um esquema de venda de pareceres técnicos, como pelas acusações do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo Supremo a mais de 40 anos de prisão por atuar como operador do mensalão.
Em 24 de setembro, em depoimento à Procuradoria-Geral da República cujo teor foi revelado no início do mês pelo Estado, Valério disse que parte do dinheiro do esquema pagou despesas pessoais do ex-presidente e ele deu o "ok" para empréstimos do mensalão. Dois dias depois, em uma palestra em Paris, Lula sugeriu que pode voltar a ser candidato.
Como o sr. acompanhou o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal?
Acompanhei muito penalizado porque, embora eu nunca tenha sido militante de nenhum partido político, nem do PT, através da minha atividade pastoral eu ajudei a construir esse partido. Gostaria que o partido viesse a público esclarecer se houve ou não houve culpa, se houve ou não houve ações que faltaram à ética. Acho que está precisando de uma palavra do partido a respeito de todos esses fatos que têm sido manchetes na nossa imprensa.
As sucessivas críticas de dirigentes do PT às condenações e ao julgamento não são suficientes para ter uma ideia do que pensa o partido?
Não vou avaliar o partido, digo minha opinião. As denúncias são graves e é preciso que o partido se manifeste, ou na defesa (dos acusados) ou dizendo se realmente houve falhas e que medidas serão tomadas.
O julgamento do mensalão é um marco no combate à corrupção no País?
O ESTADÃO
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