Papa Bento 16, seu perdão a Paolo Gabiele |
"Esta manhã, o Santo Padre Bento 16 visitou na prisão o senhor Paolo Gabirele para confirmar seu perdão e comunicar-lhe pessoalmente que havia aceitado sua petição de indulto, abandonando a pena imposta", informou a Secretaria de Estado do Vaticano.
Foi "um gesto paternal direcionado a uma pessoa com a qual o papa compartilhou durante vários anos uma familiaridade diária", disse.
Gabriele foi solto imediatamente e voltou a sua residência, a poucos metros de onde cumpria pena.
O ex-mordomo, informou Lombardi, não recuperará seu antigo trabalho e deixará de morar no Vaticano.
"Não obstante, a Santa Sé, confiando na sinceridade do arrependimento manifestado, deseja oferecer-lhe a possibilidade de retomar com serenidade a vida junto a sua família", enfatizou o porta-voz.
Lombardi disse que o perdão do papa é "uma boa notícia" e o fim de um "triste caso".
Ex-mordomo do papa, Paolo Gabriele (dir.) foi condenado a um ano e meio de prisão por vazar documentos |
ESCÂNDALO
O ex-mordomo, de 46 anos, foi condenado em 6 de outubro passado a um ano e meio de prisão por ter roubado centenas de documentos confidenciais do papa e do secretário dele e os repassado à imprensa. Gabriele era o laico mais próximo do papa.
O Tribunal do Vaticano condenou Gabriele a três anos de prisão, mas reduziu a pena à metade ao entender que houve atenuantes. A sentença ainda pode ser alterada, já que os prazos para apresentar recursos não chegaram ao fim. Gabriele também pode voltar a ser condenado por outros crimes pelos quais ainda não respondeu, como violação da privacidade do papa.
O vazamento de informações deu origem a um livro e provocou um escândalo na Igreja Católica. Entre os papéis extraviados estão mensagens e e-mails confidenciais, alguns dirigidos a Bento 16, que foram enviados para fora do Vaticano. A imagem da Santa Sé foi abalada pelo vazamento, o que provocou uma das maiores crises do papado de Bento 16, já que colocou em questão inclusive a sua liderança como guia da Igreja.
Durante seu julgamento, Gabriele disse que não se considera um ladrão e que furtou os documentos que apontavam suspeitas de corrupção no Vaticano por causa do seu amor "visceral" pela Igreja e pelo papa, que ele afirma amar "como se fosse seu pai".
Ag. Noticias - via Folha de S. Paulo
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