BARACK OBAMA FAZ APELO PEDINDO APOIO NO PLANO DE USAR FORÇA NA SÍRIA
Por Roberta Rampton e Susan Cornwell
WASHINGTON, (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez neste
sábado um apelo ao público norte-americano pedindo apoio ao plano de
usar a força militar na Síria.
Recém-chegado de uma viagem à
Europa, em que fracassou na tentativa de conseguir o consenso dos
líderes mundiais sobre a necessidade de um ataque militar contra a
Síria, Obama disse à população dos EUA que o país precisa usar a força
para impedir novos ataques químicos no território sírio.
Mas o
presidente, que ganhou destaque no cenário político norte-americano por
sua oposição à guerra do Iraque, disse não querer um outro conflito
demorado e custoso.
"Não será um outro Iraque ou Afeganistão",
afirmou Obama em seu programa semanal de rádio, antecipando argumentos
que utilizará em um pronunciamento televisionado à nação, na
terça-feira.
"Sei que o povo americano está cansado depois de uma
década de guerra, mesmo que a guerra no Iraque tenha chegado ao fim e a
guerra no Afeganistão esteja terminando. Essa é a razão pela qual não
vamos colocar nossas tropas no meio da guerra de outras pessoas", disse
Obama.
Congressistas de volta a Washington depois do recesso de
verão dizem que muitos de seus eleitores lhes disseram não concordar que
os EUA devam responder militarmente ao uso de armas químicas na Síria
em 21 de agosto -- ataque que o governo norte-americano atribui às
forças do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Pesquisa realizada
esta semana pela Reuters/Ipsos mostra que 56 por cento dos
norte-americanos acreditam que os EUA não deveriam intervir na Síria, e
somente 19 por cento apoiam a ação.
Na semana passada, Obama
afirmou que buscaria o apoio do Congresso para um ataque, mas uma
estimativa dos votos não parece animadora para o presidente, já que
dezenas de congressistas permanecem indecisos. A previsão é que o Senado
vote esta semana e a Câmara dos Deputados a seguir.
A líder da
bancada democrata na Câmara, Nancy Pelosi, disse neste sábado ter
enviado sua quinta carta aos deputados de seu partido instando-os a
apoiarem Obama, observando que o Congresso votou por esmagadora maioria
para condenar a aquisição de armas de destruição em massa pela Síria,
uma década atrás.
O influente Aipac, grupo pró-Israel, informou
planejar um grande esforço lobista esta semana para tentar angariar
apoio à ação militar, contando com cerca de 250 ativistas em Washington
para se encontrarem com senadores e deputados.
Em seu
pronunciamento no rádio, Obama afirmou que a falta de uma resposta ao
ataque com armas químicas iria ameaçar a segurança nacional dos EUA
porque aumentaria o risco de futuros ataques com esse tipo de armamento
da parte do governo sírio, grupos terroristas ou outros países. Os EUA
dizem que mais de 1.400 pessoas foram mortas, incluindo centenas de
crianças.
"Nós somos os Estados Unidos da América. Nós não podemos fechar os olhos para imagens como as que vimos da Síria", disse.
Mas não está claro se a persuasão está funcionando.
Cerca
de 200 opositores da ação contra a Síria protestaram neste sábado
diante da Casa Branca, gritando "Tirem as mãos da Síria" e com cartazes
onde estava inscrito "Digam ao Congresso: sem guerra contra a Síria".
(Reportagem adicional de Thomas Ferraro, Patricia Zengerle e Doina Chiacu)
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