A Federação Nacional dos Jornalistas reafirma seu
veemente repúdio à crescente violência contra os jornalistas, que se
repetiu na cobertura das manifestações do dia 7 de setembro. Em quatro
capitais houve registros de agressões contra 20 trabalhadores da
comunicação. A grande maioria delas praticada por policiais, mas houve
casos, também, onde os agressores foram participantes das manifestações.
O respeito à liberdade de imprensa e ao trabalho dos jornalistas é
condição fundamental para o exercício da democracia no Brasil, caso
contrário o país trilhará o caminho do retrocesso e da barbárie.
A FENAJ já havia manifestado, no dia 14 e no dia 19 de junho,
por ocasião da onda de manifestações que assolou o país, seu repúdio à
hostilização e tentativa de impedimento do trabalho dos jornalistas.
“Além da tentativa de criminalização do direito constitucional de livre
manifestação, as inadmissíveis agressões e prisões de jornalistas no
exercício de suas funções requerem uma ação imediata de interrupção de
tais atentados à democracia e punição dos responsáveis por tais atos”,
sustentou a entidade, quando os atos de violência foram praticados por
policiais.
“Assim como condenamos a violência policial, denunciamos as
coações, intimidações, agressões verbais e físicas cometidas contra
jornalistas e outros profissionais da imprensa. Ambas as práticas não
podem ser toleradas pela sociedade brasileira, visto que violam os
princípios da liberdade de expressão e de imprensa”, destacou a segunda
nota, quando se verificou também hostilizações de integrantes das
manifestações.
No dia 2 de julho a FENAJ solicitou agendamento de audiência com o
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para discutir medidas
preventivas ao crescimento da violência contra jornalistas no país. O
objetivo é a construção de um protocolo de segurança para os jornalistas
que envolva também o governo e as empresas jornalísticas. Tal
solicitação não foi respondida até o momento. A entidade também contatou
com dirigentes da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e da Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), que ainda não se
pronunciaram oficialmente sobre a proposta.
Nos protestos ocorridos no dia 7 de setembro foram registradas agressões
contra 20 profissionais da imprensa, principalmente com o uso ostensivo
de spray de pimenta por parte de policiais. Os Sindicatos dos
Jornalistas do Distrito Federal, Município do Rio de Janeiro, Amazonas e Paraíba lançaram notas oficiais sobre as agressões.
Tais violências serão denunciadas a organismos internacionais. Exigimos
dos órgãos de segurança a devida apuração e punição dos responsáveis por
tais agressões. Das autoridades e empresas esperamos iniciativas
concretas para coibir tais práticas e assegurar o respeito ao exercício
da profissão de jornalista.
Federação Nacional dos Jornalistas
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