Clima de guerra, catimba, provocações, hostilidade, raça ao invés de técnica... Na visão do técnico Muricy Ramalho, estes artifícios considerados fundamentais para se conquistar a Copa Libertadores fazem parte do passado. Segundo o técnico do Santos, que vai disputar a final diante do Peñarol na noite desta quarta-feira, o perfil da competição sul-americana mudou. Agora, a qualidade técnica, característica do Peixe atual, é o que faz a diferença.
"Acho que o perfil da Libertadores está mundando. Está todo mundo entendendo que esse tempo de guerra acabou. Está todo mundo jogando, não guerreando. Está caindo por terra esse negócio de guerra, é preciso jogar. Fomos lá no Uruguai, e foi um jogo duro, mas nada demais em relação a catimba", afirmou Muricy, que aponta esta mudança não apenas no Santos, mas cita outros exemplos recentes."O último campeão, o Internacional, praticou o futebol brasileiro no ano passado. Também ganhou dessa maneira. A Libertadores está mudando. Vélez e Peñarol, na semifinal, também praticaram um futebol técnico, não foi uma guerra".
Muricy usou o exemplo do próprio Santos neste ano para ilustrar o seu pensamento. Antes de assumir o comando, o clube tinha apenas uma vitória, dois empates e uma derrota na primeira fase, e a vaga para as oitavas de final estava ameaçada. O treinador, que deixou o Fluminense, chegou, mudou a mentalidade da equipe, conseguiu duas vitórias (contra Cerro Porteño, fora, e Deportivo Táchira, em casa) e a classificação. "O Santos mesmo teve uma lição nessa Libertadores. Porque começou com esse clima, esse pensamento de guerra, de catimba, e por pouco não ficou de fora. Quando eu cheguei aqui, tive esse trabalho, porque Neymar, Elano não sabem brigar, eles sabem jogar. Libertadores não é esse negócio. Quando o Santos parou de brigar e começou a jogar, classificou", lembrou.
Por isso, Muricy passou tranqüilidade para os jogadores para a decisão desta quarta-feira, no Pacaembu. Nas conversas com o elenco, o comandante santista alertou que espera um duelo difícil contra o Peñarol, mas pediu para os seus atletas não entrarem em qualquer provocação dos uruguaios. A aposta é que Neymar, Ganso e companhia possa resolver a situação na bola. "Vai ser assim amanhã, não tem guerra, tem é que jogar. Temos que ser calmos nas palestras e fazer os jogadores entenderem que eles estão jogando futebol, nada mais do que isso".
Melhordofutebol.com
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