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Os fantasmas também se agitam no Brasil, onde as autoridades avaliam as alegações de que dois ex-presidentes, João Goulart e Juscelino Kubitschek, teriam sido assassinados em 1976. Sem provas, os investigadores exumarão o corpo do primeiro para saber se foi envenenado e o do motorista do segundo para confirmar se foi a bala de um atirador que causou o acidente de carro que matou a ambos.
Aos poucos, os países da América Latina vão adotando a mesma medida, reflexo não só da dificuldade de algumas figuras políticas em encontrar paz no pós-vida, mas do desejo da região de reabrir questões não resolvidas e disputas sobre seus fatos históricos, mesmo que para isso tenham de desenterrar o passado ‒ literalmente.
"Onde a história não está definida nem bem aceita, a voz dos mortos continua a ser ouvida", afirma Lyman Johnson, professor emérito da Universidade da Carolina do Norte que explora a nova tradição da América Latina.
Em certos casos, os observadores têm se mostrado até assustados ‒ como em 2010, o então presidente venezuelano Hugo Chávez televisionou o desenterramento de Simón Bolívar, herói revolucionário que lutou contra a colonização espanhola, em uma tentativa malsucedida de provar que foi envenenado com arsênico pelos oligarcas colombianos. Os historiadores ainda concordam, em geral, que foi a tuberculose que o matou.
The York Times
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