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Sebastião Carlos herdou a profissão de barqueiro do pai em 1977. Ele conta que todos os anos, durante os meses mais quentes do ano, o conhecido B-R-O-BRO, o tempo de duração da viagem aumenta, pois os barcos são obrigados a fazer voltas para desviar dos bancos de areia. "Normalmente, o percurso é feito em cinco minutos, por conta da dificuldade em atravessar o rio, o tempo de travessia aumentou para cerca de sete minutos. Os passageiros não reclamam porque eles veem a dificuldade", explicou.
Segundo Sebastião Vasconcelos, os barqueiros começam a trabalhar às seis horas da manhã e encerram às 19h. "Somos quatro barqueiros que trabalham em dois barcos. Fa-zemos cerca de 60 viagens diariamente. Todos os dias, as embarcações transportam cerca de 150 pessoas no sentindo Teresina/Timon e Timon/Te-resina", afirmou Sebastião. O valor da passagem é de R$ 1 e a fiscalização em relação aos itens de segurança das embarcações e condições de navegabilidade é feita pela Capitania dos Portos. Para garantir a segurança dentro do barco, é obrigatória a presença de coletes salva-vidas e boias.
Andrea Mendes de Oliveira mora em Teresina e usa a embarcação para visitar a família que mora em Timon. Ela aprova o serviço, principalmente pelo baixo custo e rapidez da viagem. "Quando eu vou para Timon, prefiro usar o barco porque os ônibus são cheios e param demais. De barco é diferente, a viagem é rápida e não há paradas, além da passagem ser barata", disse.
Andreia sugere que, se a embarcação fosse maior, a qualidade do serviço aumentaria. "Um barco maior, como o que faz o transporte das pessoas do Piauí para a cidade Parnarama, no Maranhão, traria mais sensação de segurança e poderia levar mais passageiros de uma só vez", afirmou.
ASSOREAMENTO- A ambientalista Tânia Martins, da ONG Rede de Ambientalistas do Piauí, afirma que o assoreamento e outros problemas, como a poluição e desmatamento, são fatores que ajudam na degradação do rio. "De acordo com o passar do tempo, a cada novo período de B-R-OBRO, o rio vai ficando cada vez pior e a vazão diminui. Atualmente, o rio Parnaíba é um paciente em estado grave", disse.
Para Tânia, a saúde do rio é ruim por falta de boa vontade das autoridades e grande parte da sociedade. "A retirada dos esgotos que são jogados no Parnaíba e saneamento básico já ajudariam muito e melhoria a situação, mas, infelizmente, isso não é feito. Por isso, nós da Rede Ambientalistas do Piauí resolvemos mobilizar a sociedade civil para a criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba. Estamos na fase de estudo das águas do rio", contou Tânia.
Pelo Diário do Povo
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